segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Não existe um tema que pareça já ter sido mais exaustivamente debatido que o amor.
Todo mundo que já amou de verdade sabe o que é, mas quem se atreverá a dizer?
E os que se atrevem, como poderiam dele falar sem criar palavras novas?
Eu pelo menos o sinto assim: inexplicavel, intenso, avassalador. Um sentimento que vai muito além de apenas 04 letras.
É ele uma gênese da vida; A separação entre estar vivo e apenas ter existência;
Quando falamos do amor reverberamos em nossas bocas a música da criação.
Quando sentimos o amor somos os próprios instrumentos a produzir a musica celeste que faz a vida ter sentido.
O amor nos tira da solidão e, talvez, não só porque temos um ao outro, mas porque somos muitos em uma mesma sintonia, reverberando um mesmo som, produzindo uma mesma onda de felicidade, cor, vida, luz...Somos um com bilhões que eram e ainda são, pois morre o homem, mas o amor que nele habitou vive para todo sempre.
Amar é lançar-se no imprevisivel, no inusitado. É viver todos os dias uma única certeza: não existem certezas!
O amor nos faz outra pessoa; nos faz melhor do que jamais imaginávamos que poderiamos ser e na eminencia de perde-lo é como se ameaçda fosse a própria vida.
Como voltar a ser o que se era antes daquele momento? como se permitir abandonar o êxtase de ser o todo, de ser um com todos os seres que entendem o sentido da vida e agora voltar a uma existência sem referências, sem cores, sem luzes?
Perder um amor é como passar um dia pelo jardim das espérides, comer dos seus frutos, bailar com as ninfas, tocar com os satiros, voar com as walkirias e ser ovacionado em Varlalha e depois ser violentamento privado de todos os 05 sentidos que experimentaram estes momentos inefáveis.
E onde está tão grande força da vida? Em qual estrela ou abismo ou céu se esconde?
Cada qual a encontra em um lugar, eu a encontrei nestes doces olhos amendoados que me fitam e nesta voz terna que me acalenta a alma.
Talvez não vejas, não sintas ou não saibas,amor meu, mas morreria eu para que vivas;
Receberia por ti todos os castigos para que mantivessses teu sorriso;
Me dói na alma como se fossem cortes profundos na carne- e é de fato como se ela sangrasse- quando não posso impedir tua dor;
Mas, nada me dói mais quando sinto na tua voz que no meu ímpeto de ser a mão que afaga e protege, a boca que abençoa e cura, sou o flagelo que te assola.
Permita-me ó Deus que morra meu corpo antes que me morra o amor. Não quero ter apenas existência, não quero ser apenas uma casca vazia...Se assim ferido for deixa-me esvair de mim todo o sangue e retira-o de mim somente quando a última gota fluir.
Aton 15/12/2008
Eu acredito em você
Dizem que a fé é o que nos move, nos nutre e nos faz ver o sucesso inesperado, indizível e invisível.
Ela é ao mesmo tempo é força que nos mantêm de pé quando nosso corpo já há muito gritou “basta! Cessa todo conflito e rende-te!” e é o alimento para nossa fome de esperanças.
Em dias tempestuosos, momentos em que não há em que se agarrar;
Quando nos sentimos caídos e sem forças e parece que a única coisa a nos envolver são os laços de angústia que nos laceram a alma ou a culpa que nos fustiga a consciência.Esta última é muitas vezes um inimigo interior dos perfeccionistas mais do que um aliado.
É a fé intangível e ao mesmo tempo real que se tornam as escadas que nos fazem ascender ou as asas que nos impedem de terminar fatidicamente a queda livre em que nos arremetem nossas [confusas] emoções.
Não falo da fé em um Deus apenas. De forma alguma estou apelando para uma entidade em um tempo eqüidistante e sim para sua imagem que somos nós próprios.
Eu creio e tenho fé nas pessoas;
Tenho fé que elas irão enxergar minha mortalidade; que irão ver que não importa se príncipe sou ou se de mortalhas me visto, sou apenas um homem.
O ser homem é ser divino, um quase-deus: podemos tudo, ousamos tudo e nestes impulsos e desejos muitas vezes criamos coisas lindas e em outras destruímos coisas belas.
Nossas ações trazem em si o germe do bem e do mal, de criar e destruir;
Um homem é sempre um deus quando cria, um gênio quando compõe e as vezes dominado por suas paixões seu ímpeto criador se volta em caos e vendo sua fraqueza e pobreza de alma naquele instante se vê relegado a unicamente usar o manto do choro para que lhe cubra os olhos, lhe turve a visão e talvez sentir uma dor menor.
Tenho fé que respeitarão minhas lágrimas quando me vier a dor, porque se choro, creia-me, é porque a dor lancinante roubou de mim toda divindade e a mortalidade também.
É este um estágio sem divindade, sem genialidade, o único traço de humanidade neste corpo devorado pela dor é o choro.
Hoje a minha fé se encontra depositada em tuas mãos;
Exercita tua porção divina e perdoa-me por qualquer erro, por todos os erros...
Vem! Ressuscita-me! Pois, sinto-me como um deus morto precisando de teu perdão para alcançar a redenção.
Seja minha Pietá, receba meu corpo, aqueça-o com o teu e sopra nele teu amor para que viva.Perdoa-me neste momento que eu não posso perdoar a mim mesmo.
Tenho muita fé em ti e na sua possibilidade de ser um instrumento do supremo bem.
ATON 15/12/2008
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Morte e renascimento
"Pra que serve a dor? ela serve para nos ensinar o que jamais aprenderiamos de outra forma"
A angústia ou pesar que muitas vezes sentimos as vezes é o que falta para que germine a semente de um novo começo, uma nova etapa, um novo dia.
Não existe fruto se a semente não morre.
Nesse terreno incerto do futuro - que é sempre inalcansavel na medida que quando lá chegamos já é presente e o "futuro mesmo" ficou mais um segundo a frente- As sementes lançadas em meio aos prantos são por ele regadas para serem árvores frondosas.
Mas, de nada adianta semente sem luz. Embora haja lugar para ser plantada,é quase impossivel existir vida nas trevas.
Nos momentos que tudo mais acaba, que estamos perdidos na escuridão, quem nos dá a luz para novos projetos, caminhos e sonhos são os amigos verdadeiros que temos.
São eles que apontam as sementes que temos guardadas no bolso e que nos fazem ver que é tempo oportuno para o plantio.
Amigos são seres quase anjos que nos dão terra firme, colo, aconchego e nos fazem crer que há sempre um novo começo, que amanhã será melhor que hoje e nos dizem tranquilos:
"Deixa-te morrer hoje, ontem eu deixei-me morrer também e de semente virei árvore e do nada fiz-me flor e fruto."
Assim, sobre a luz do amor dessas pessoas tão especiais tudo acaba bem e passam-se todas as dores, gesta-se o novo e tudo é muito melhor do que imaginavamos ou poderiamos alcançar sozinhos.
(Aton 02/12/2008)
sábado, 29 de novembro de 2008
Como é dificil as vezes ser quem somos
Assim como não há "opção" sexual e sim "orientação" sexual, não se escolhe ser como se é.
Da forma bruta e do caos, encontrei-me vivo
Uma dádiva, não uma escolha.
Não escolhi a existência, me foi ofertada
E dela tento tirar o melhor, ser o melhor.
Por Deus, por todos os deuses se acaso há mais de um,
Há dias em que a guerra é grande demais,
Que o fardo é pesado demais,
Ser um exército de um homem só tem um preço alto: Não se pode ter baixas;
Sempre foi vencer ou vencer, lutar e continuar lutando.
"Minha guerra é encontrar minha paz" já disse alguém mais sábio;
No silêncio do dia, na solidão da alma eu vejo rostos que dançam,
Imagens de tempos distantes, há momentos em que a alma chora, a mente pára.
Nestes momentos só queremos ser poupados por um dia;
"só por hoje" esperamos não ter que levantar o escudo,
Nem brandir a espada,só por hoje queria a paz dos vencedores e não dos vencidos.
Sinto tua falta meu velho, meu pai, meu herói; Sinto falta dos conselhos teus,de frases tuas que me acompanharam a vida, que me mantiveram vivo para mais um combate:
"Há pessoas iguais você, há pessoas piores que você, mas melhores que você jamais admita que existam"
"É melhor morrer de pé do que viver de joelhos"
Sei que terias orgulho de mim ó pai,
Onde quer que estejas, tenho orgulho de ti.
Mais uma noite, mais uma senda, mais dor,
Pai, se puder, cuida de mim por hoje, se não, tudo bem, espero ver-te na eternidade... Sinto falta do teu amor.
Seja como for, colocarei o elmo, para não haver mais distinção entre sorrisos e lágrimas,
E velarei para que rompa o dia e corajosamente enfrentarei os meus combates,
Vou chorar apenas por hoje.Perdoa-me ó pai por não ser forte o tempo todo.
O caminho do meio
O amor, dizem, nos tira a razão
E sem razão voltamos a ser crianças
Queremos colo, aconchego, proteção
queremos descobrir o mundo, aprender coisas novas
ao mesmo tempo tendo quem nos ama ao alcance dos olhos...
As vezes não nos importamos por coisas grandes (coisas de "adulto")
E em outras fazemos as mínimas grandes e rimos ou choramos muito por isso
Qual criança, neófito por amor,
Lá no peito estão os sonhos que tenho contigo,
no brilho dos olhos a sede de vida ao teu lado
Lanço-me sem medo nos teus braços
Sei que não me deixara cair, não importa a que altura eu esteja.
Sabemos que as criança tem medo do escuro,
do bicho que mora embaixo da cama ou dentro do armário,
de perderem os pais no supermercado...
Eu, como uma criança "gande" tenho medo de te perder
Nestes corredores do mundo, nos labirintos do desencontro
No fogo do ciume, na frieza da inveja que incita o mal,
Espalha a discórdia;
Meu medo se consubstancia na certeza que te amo e que sem ti
Não haverá mais esta chama de luz em meus olhos,
Apenas os "bichos feios" -tristeza, dor, saudade- espalhados por todos os lados.
Sem tua presença, apenas por um dia, parece que faz fugir toda beleza do mundo: todas as cores, músicas, risos... Sem você aqui é tudo cinza, é tudo solidão. É tudo saudade.
Mas também tenho medo de caminhar na direção errada e perder-me também.
Vou aprender o caminho do meio: não amarei de menos, não amarei demais;
Te amarei na medida certa para que compreendas que és sublime
Que eu sei que não me pertences, que eu não te pertenço
Que estamos um no outro,Que somos um e o outro...
Que somos únicos e também somos "nós".
neste meio tempo em que aprendo, vou te amar com a força de mil sóis
E com a luz de 365 dias a cada segundo que passa.
(Aton - 29/11/2008)
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Você: meu presente, a porta que se abre para um futuro bom.
Sou nostálgico para tantas coisas, mas não sou nostálgico no amor.
Em outros braços eras tu uma outra mulher, em outros enlaces era eu um outro homem...
Porque a experiência nos renova, a sucessão de dias nos aprimora e este novo homem e esta nova mulher que agora se encontram, se amam, farão uma nova história e com ela um novo fim, um novo objetivo que é...NÃO TER FIM.
Acho estranho falar do passado, de outras bocas, outros cheiros, outras vozes que não a tua...
“Aponte-me onde esse amor falhou”. Claro, digo eu, e abro os álbuns da mente -
Imagens dançantes de um arquivo morto de histórias: risos e choros, parece que tudo se mescla...
Temeroso, reviro páginas de pensamentos – ali jazem sentimentos mortos e os mortos sempre me incitaram o respeito.
Tento ligar rostos e fatos a historias.
“Esta não me amou”; “esta eu não amei” que desencontros!
Poderia dizer que para algumas faltou cumplicidade, em outras faltava coragem – é preciso coragem para se entregar a um amor!
E na maioria faltou amor mesmo...
Fisicamente algumas baixas, altas, gordinhas ou magras... Que diferença isso faz? Eu sempre amei pessoas e não apenas corpos...
Poderia enumerar 100 defeitos e virtudes em cada uma.
Mas, ao olhar em teus olhos, ao compará-las contigo, vejo que há apenas uma única explicação para o fato de não tê-las amado ou por não terem dado certo...
NENHUMA DELAS ERA VOCÊ MINHA PRETA!
Acho que te amei sempre, apenas demorei a te encontrar e entregar o amor que sempre foi teu...
(Aton - 26/11/2008)
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Absinto
Hoje eu quero amanhecer em teus braços
Fazer de ti a minha Pietá de luxuriantes desejos
E ao mesmo tempo tendo de ti a mulher, a amiga,
A menina
Deixo de ser um fantasma e sou um dos que vivem em ti
Se te possuir for um pecado de amplas conseqüências kármicas
Que morra eu e reencarne cem vezes então,
Porque nessa vida não abro mão de ti
Seu olhar me fustiga desejos
Tua boca balbucia devassidões
Seu corpo é um caminho sinuoso
No qual em cada curva se acham delícias infindáveis
Nunca serás Eva, sempre Lilith
Mulher-demônio que me suga a seiva
Já a muito que te despojastes de tudo
As vezes acho que és vazia
Outra acho que és apenas luxuria
As incertezas são muitas, é difícil ver sob teus mil véus.
Só uma coisa me é sempre certa: TE QUERO!
Fere-me com teu fogo
Marca-me a alma com tua volúpia
Devora-me e sê devorada.
Tu és absinto que cintila em minha taça
E ainda que sabendo-o mortal eu o sorvo todo,
Até a ultima gota,
Pois de ti eu quero sempre tudo.
(by Aton 15/10/2008)
sábado, 11 de outubro de 2008
CAOS
Adoro a subversão da ordem,
Ser o anti-herói, às vezes, não ser bem nem mal só e tão somente “ser”...
Gosto das coisas nos seus devidos lugares,
Mas, sou, ao mesmo tempo, fascinado pelo caos, pela desordem
Não uma desordem sem sentido...Eu gosto da desordem que precede a revolução
Que move todas as coisas, que abala o trono dos reis, que retira o cetro dos poderosos,
Gosto quando vens a minha procura,
Quando chegas como uma força incontrolável da natureza,
Sem bem nem mal...Sem que se possa aplicar definições a ti
Santa? Diaba? Pecadora? Pura? Tu apenas és...
Como toda ordem surge do caos, eu meio que renasço ante ti
Com tanto ímpeto e força invade meu mundo
Seus olhos me fitam, me querem...
Me dizem milhões de palavras, mantendo mudo os teus lábios
por onde passa essa tua lâmina flamejante de prazer enquanto me fitas...
Essa hábil arma que parece tão inocente quando falas,
Mas que é chama que passeia no meu corpo e o incendeia...
Vem amada, despoja-te de tudo o mais,
Despe-te totalmente – não das vestes, pois já não há nenhuma em nós,
E sim de todos os medos e anseios...Vem, aconchega-te em nosso tálamo,
Te fornecerei o que precisas para manter essa chama,
Esse teu ímpeto poderoso...
Te saciarei de amor dia após dia...
(by Aton 11/10/2008).
Não me reconheces ainda?
Já desfaleço de amor, por onde andas ó amada minha?
Vem, faz-me habitar em teu leito viçoso,
Deixa-me traçar linhas de desejo sobre teu corpo
Invocar todos os deuses para que assistam ao espetáculo divino
Que o é um homem e uma mulher em seu estado de amor primordial
Despojados de tabus civilizacionais e tomados pela luxuria
Animal e deliciosa que brotam da carne que lateja
E trêmula verte líquidos prazeres..
Quero devorar tua carne nesse dia frio,
Arvorar meu pendão em teu corpo
Por horas saciar minha fome de tua carne
E quando exaustos, nus, abraçados juntinhos
Vou sorver tua alma com meu olhar sobre ti
Continuar a fazer amor com tua essência
Te envolvendo toda em carinhos e doçuras até o romper da Alva.
“Só espero meu grande amor que quando me encontrar você me reconheça”
(by Aton 11/10/2008)
Essa é uma poesia que fiz pensando – nostalgicamente - em todos os meus amores que se foram, espelhos de minha alma que não mais existem, mas tudo bem...Afinal, eu também já sou um outro.
Um espelho que se parte
Estou em ti, sou um contigo...
Então tu és, de certa forma, um espelho da minha condição humana,
Meu alter ego, minha porção sagrada...
Removi as fronteiras onde começavas tu e onde terminava eu...
Logo, o que fazes de ti, fazes de mim mesmo...
Meu amor sempre te deixou sem máculas do mundo:
Sagrada, deusa, mulher, luxúria, amiga...
A mácula inexistia tão somente porque tudo isso era apenas em mim, em ti...
Com as portas cerradas, abriam-se todos os desejos, libertávamos todos os sonhos...
Se és o meu melhor, a minha mais sublime parte
Hoje, então, sinto-me triste comigo
Olhei para essa outra parte de mim: cheia de máscaras,
“ensaios sobre a verdade”, profanada por tantas mãos, por tantos olhares...
Hoje me deparo contigo espelho meu e estás
Como um fausto de Goethe, vendida por tão pouco,
Trocando seu melhor por nada...
Já não me reconheço nessa imagem que se reflete...
Quem és tu que me olhas espelho meu?
Porque me dizes que sou cego?
Porque refletes outros rostos?
Suas almas ficaram encantadas por em ti ao te olharem
E as vejo na escuridão da noite vagueando na busca de tua alcova...
Ah espelho meu, metade minha...
“O amor faz vencido ao vencedor”
Quero eu que te tornes cativas por vontade própria,
Mas, tu, o que queres?...
Talvez até suporte que sejas de mim e de todos, mas jamais que sejas de todos e não minha...
Vai-te pelo mundo então, percorre-o como o vento,
Seja de todos, ainda que não tenha ninguém que seja seu...
Quem sabe quando de novo passares por essa terra eu ainda esteja aqui
Pare para ouvir tuas histórias, me proponha a curar tuas feridas...
Mas não chores se eu não souber mais quem és tu...
Não me culpe,
Dê-se a conhecer de novo...
E se já não mais aqui estiver, alegra-te também,
Pois, certamente fui achado, amado e tenho uma nova imagem de mim:
Uma que me sorri e me vê...
(by Aton 11/10/2008)
ETERNO...E terno
Eu sou um criador de mundos, um materalizador de sonhos
Toco teu corpo, te dou vida, te tiro os pesadelos,
Te removo do mofo do mundo,do teu abandono: de si mesma, dos outros, de tudo, do nada...
Deixa-mete resgatar-te da ausência de significados que virou os teus dias
Te recolho do mostruário: peça carnal, objeto, algumas vezes abjeta a teus próprios olhos e de outrem,
Revogo agora teu anonimato: deixarás de ser “mais uma” para ser tão somente “a”...
Transeuntes loucos passam sempre e não te vêem
É preciso estar em busca de algo para achá-lo e não te buscam
Quando vão a ti buscam apenas a si mesmos,
Reflexo disforme de seus próprios desejos...
...E tu ainda te espantas que não te toquem ou sintam,
Que olhem pra ti e não te vejam de fato,
Que dizem te escutar, mas não sabem o significado das palavras
Jorradas de teus doces lábios.
Eles não conhecem teus sonhos, jamais embarcaram na viagem proposta por teus olhos;
Mergulharam com avidez na tua carne, nela deixaram marcas, mas nunca souberam que você possuía alma...
Não colhem rosas em ti, no teu ser não fazem chegar a primavera nunca
E tu ainda te perguntas “PORQUE?” ao final de mais um encontro fortuito e vazio..
O porque é simples anjo meu: não aprenderam a irrigar amor, só sêmen...
Vem, dá-me tua mão...O amor nos espera com suas brumas
Lá temos delícias, prazeres, cumplicidades, lá tu reinas,
Mas é ao mesmo tempo senhora e serviçal,
Pois, entre os amantes, não há quem pode mais que o outro e ao mesmo tempo se pode tudo
Amemos por um espaço de tempo apenas
No tempo que eu, o teu oráculo incansável, chamo ETERNO...E terno.
(by Aton 11/10/2008)
Morando com a poesia
“a poesia mora em ti”
Sim, moramos sós, eu e ela, fazendo companhia um ao outro,
Nessa imensidão vazia que tenho no peito
Já se foram todos, já não há respostas, já não há mais cantos e encantos;
Somos unidos por uma triste afinidade: somos apreciados, “lindos”, mas não amados,
não entendidos, eu a mantenho viva, penso nela e ela existe...
De sua parte ela me diz: “vem, bebe de mim e vive” e vivo cada dia.
A cada gole mata-me a dor, mato a dor...A dor de sentir tanto em um mundo adormecido
Ela me seca as lagrimas, me sacia a fome de amor, me permite ser teu amante
È cúmplice de meus devaneios, ri das minhas loucuras, mas não é um riso de escárnio
A poesia é amante dos ébrios, mas não de vinho ou mosto, tão somente de desejos,
Pensamentos, dos entorpecidos pelo coração errante que se vai em busca de morada em outro corpo...
E dessa relação de dependência, nascem palavras, nascem versos, nascem mundos, nascem desejos mudos que gritam...
Quem sabe até nasçam amores...
Já propus a ela e ela aceitou.... Quero um triângulo amoroso: eu você e ela...Ah, eu quero mesmo é um amor que me ame...
(by Aton 11/10/2008).
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Atenção e carinho tu sempre terás de mim
Vou te cuidar como você me cuidou
Te dar colo,
Contar estrelas...
E dizer que amanhã será melhor que hoje
Que ainda há fadas na floresta
Que nos rios ainda cantam as yaras
Que as musas não morreram, mas dormem
E que os sátiros são feios apenas por fora...
E que me sinto um deles,
Que persegue muitas vezes em vão as ninfas,
Eu sei bem que todos temos apenas fome de amor
E em alguns momentos esse vazio no peito aprece uma dor,
Alguns deixaram ela se tornar loucura
E em outros ela se tornou propósito...
Em mim a fome virou vida, do devorador saiu comida...
Pois ainda insisto em dizer: Amo!
sábado, 27 de setembro de 2008
FOME DE TI
Não faço questão de palavras tuas,
nesse momento tu sabes que já não necessito delas em profusão,
porque em teus olhos leio metade do queres e em teu corpo confirmo a outra metade ainda não decifrada...
Fecho-lhe sim a boca,
para que a tua alma tenha liberdade de falar.
Toco-lhe o físico para libertar o etéreo,
Desejo-lhe todo o corpo,
Anseio por sorver-lhe a essência...
E para que palavras nesse instante?
Quero apenas ver-te incendiar-te tal qual fênix renascida em mil gozos...
Não vou me desculpar pelos sonidos e cânticos de amor
Incitas em mim o mais profundo e luxuriante desejo
Fazes brotar em mim meu desejo, minha fome primordial
Anseio por tua maça carnal, dela tomar todo o sumo
Embriagar-me do delicioso mosto de teu sexo
Ainda que haja sons e barulhos ao nosso redor
Em mim esta soando ao fundo apenas
A música primordial do início da criação
Quando ainda não havia Lua, nem sol nem estrelas,
Porque, de fato, antes de estarmos aqui juntos nada mais havia
E nesse momento somos deuses
Fazendo brotar do meio de nossos corpos
Uma forma de prazer que jamais ainda o mundo havia conhecido.
(by Aton em 27/09/2008)
Amizade transcende espaço e tempo; mundos, coisas, pessoas e gêneros...Nos unimos porque juntos sabemos ser amalgamas perfeitas...
Entre os amigos nada precisa ser dito, ou explicado, nossas almas se conhecem, se entendem e já nem sabe mais onde vivem: ora estão num corpo, ora no outro...
Amizade é cumplicidade em estado puro: sem interesses pensamos no bem do outro;
É um sentimento que nos faz amantes de alma,
Nossos corpos não se tocam,
Mas nossas almas se entrelaçam num frenesi etéreo...
Porque não nos desejamos e não competimos com outros amores
Vamos ficando e reinando absolutos em um espaço onde só
Esse tipo de amor tem vez e onde poligamia é a única regra:
Quero o amor de amigos infindáveis!
Amor imenso
Decidi-me a muito que tú és singular, única e de minhas palavras tomarei para expressar o que me fazes sentir...Não mais falarei por poetas outros e enviar uma mensagem igual a ti como se igual a todas fosses ou copiada de algum lugar..QUE ABOMINÁVEL HERESIA! ah, este sentir...Este desejo de estar perto, mas sempre vendo-se ausente...Que seja, não aguardo em submissão, apenas espero com paciência, pois tal fortaleza sei eu muito bem ser inexpugnável e que apenas por seu ocupante pode deixar-se a conquistar.Persisto batendo, quem sabe um dia abra-mes e me hospede pra sempre em tua alcova? Acostuma-te com meu amor imenso, mas nunca a ponto de incorporá-lo as árvores, a chuva, aos rios...Pois se ele estiver em toda parte, não mais existe...
Um dia qualquer para ser feliz
Os dias parecem todos iguais: O mesmo céu azul, Nuvens qual pássaros de algodão a Bailar sobre os ventos; Rostos que passam - apressados, absortos em pensamentos, de uma forma triste, perdidos em si mesmos e Ao longe as árvores fazem sibilar a brisa... Um dócil cão me fareja, talvez, somente ele sinta o odor da felicidade em mim Ou quiça ouça os sorrisos de minha alma, agora agraciada... Definitivamente, hoje não é um dia qualquer Pois, amor, encontrei-te; Um encontro que estava marcado na agenda do destino Para "qualquer dia desses"... Acho que vou sair e comprar-me um presente, Sim, é meu aniversário, Nasci nesse dia, Antes eu apenas possuía existência E agora verdadeiramente vivo.