segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

“Meu Deus, me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites, todos vazios de Tua presença. Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude.”



Eu acredito em você

Dizem que a fé é o que nos move, nos nutre e nos faz ver o sucesso inesperado, indizível e invisível.

Ela é ao mesmo tempo é força que nos mantêm de pé quando nosso corpo já há muito gritou “basta! Cessa todo conflito e rende-te!” e é o alimento para nossa fome de esperanças.

Em dias tempestuosos, momentos em que não há em que se agarrar;

Quando nos sentimos caídos e sem forças e parece que a única coisa a nos envolver são os laços de angústia que nos laceram a alma ou a culpa que nos fustiga a consciência.Esta última é muitas vezes um inimigo interior dos perfeccionistas mais do que um aliado.

É a fé intangível e ao mesmo tempo real que se tornam as escadas que nos fazem ascender ou as asas que nos impedem de terminar fatidicamente a queda livre em que nos arremetem nossas [confusas] emoções.

Não falo da fé em um Deus apenas. De forma alguma estou apelando para uma entidade em um tempo eqüidistante e sim para sua imagem que somos nós próprios.
Eu creio e tenho fé nas pessoas;

Tenho fé que elas irão enxergar minha mortalidade; que irão ver que não importa se príncipe sou ou se de mortalhas me visto, sou apenas um homem.

O ser homem é ser divino, um quase-deus: podemos tudo, ousamos tudo e nestes impulsos e desejos muitas vezes criamos coisas lindas e em outras destruímos coisas belas.

Nossas ações trazem em si o germe do bem e do mal, de criar e destruir;

Um homem é sempre um deus quando cria, um gênio quando compõe e as vezes dominado por suas paixões seu ímpeto criador se volta em caos e vendo sua fraqueza e pobreza de alma naquele instante se vê relegado a unicamente usar o manto do choro para que lhe cubra os olhos, lhe turve a visão e talvez sentir uma dor menor.

Tenho fé que respeitarão minhas lágrimas quando me vier a dor, porque se choro, creia-me, é porque a dor lancinante roubou de mim toda divindade e a mortalidade também.

É este um estágio sem divindade, sem genialidade, o único traço de humanidade neste corpo devorado pela dor é o choro.

Hoje a minha fé se encontra depositada em tuas mãos;

Exercita tua porção divina e perdoa-me por qualquer erro, por todos os erros...

Vem! Ressuscita-me! Pois, sinto-me como um deus morto precisando de teu perdão para alcançar a redenção.

Seja minha Pietá, receba meu corpo, aqueça-o com o teu e sopra nele teu amor para que viva.Perdoa-me neste momento que eu não posso perdoar a mim mesmo.

Tenho muita fé em ti e na sua possibilidade de ser um instrumento do supremo bem.

ATON 15/12/2008

2 comentários:

Kapytu disse...

Deus está com você!

E que sua fé sempre se renove! E nos envolva em uma amizade infinita!

Que Deus te dê o consolo e o amor em todos os seus dias!!

T amoo amigo!

Céu do Entardecer disse...

Esse texto me deixou confusa...Senti sua tristeza e sua angustia..mas tem algo mais q não consegui identificar...de qualquer forma..outro texto forte e bem escrito. Adorei!!